Como eu estava falando para vocês, tudo, TUDO, acontece comigo e... claro que os Deuses não iam deixar escapar uma chance de me sacanear, e deixar que eu viajasse tranqüila!
Aquele não era mesmo o meu dia...
A começar pelo lugar no avião...
Eu comprei as minhas passagens com uns 3 meses de antecedência e o meu agente de viagens (aquele mesmo que esqueceu de mencionar o Shencoshenco), achou legal me colocar para viajar NO CORREDOR!!!! Por que eu ia querer viajar na janela se eu podia ficar lá sentadinha levando bundada de tudo quanto é gente que passava por ali?
BOA!
Enfim, depois de constatar que o meu lugar era no corredor, só me faltava rezar horrores para eu estar sentada do lado de um português beeeeem gato e milionário, que gostasse de conversar sobre coisas cultas e interessantes, e não de um homem gordo que me empurraria ainda mais para o corredor para que eu levasse não só as bundadas, mas outras coisas que prefiro nem comentar, na cara, ou uma mulher com cistite, sentada na janela, com vontade de ir ao banheiro a cada minuto, me fazendo levantar e ficar mais p* ainda... e por aí vai...
Tá, do jeito que as coisas estavam indo eu não podia esperar mais nada dos Deuses...
Eles realmente estavam em conferência tentado alinhar os acontecimentos do planeta para me sacanear e darem boas risadas com isso.
Fui andando pelo corredor até chegar no meu lugar e reparei que haviam vários gatinhos no vôo... todos acompanhados.
Sério? Que febre é essa que as pessoas têm agora de todo casalzinho ter que ir junto para a Europa!!!!!????? Saco... Todas as vezes que eu fui, foi sozinha e foi tudo ótimo, obrigada!(OK, isso é a minha parte invejosa falando – eu bem que queria ter ido acompanhada...)
Voltando...
Na janela havia uma moça sentada, normal, nem com cara de simpática e nem com cara de antipática. Deu um sorrisinho meio forçado quando eu pedi licença para sentar e só.
Me acomodei, coloquei a minha pequena bolsa de viagem no bagageiro, sentei, comecei a relaxar e a pensar em alguma coisa para fazer.
Hum... Acho que vou dar uma olhada nas revistas aqui!
Péssima idéia!
Dei de cara com um folheto de dicas de segurança em caso de pouso forçado com um escrito bem interessante no alto, o modelo do avião:
AIRBUS A-330...
Perfeito!
Depois do raio do Schencoshenco que ia continuar me atormentando até a hora que eu conseguisse (SE conseguisse) passar pela imigração de Portugal, depois do creme da Victoria´s Secret que estava entranhado no meu nariz, depois da correria e dos peitos quase pulando para fora, dos casais lindos e apaixonados que estavam me irritando horrores, depois de eu descobrir que não estava indo do lado de um português lindo e rico, eu descubro que estava indo viajar num AIRBUS A-330!!!!!
Tiraram o dia para me sacanear, CERTEZA
Levando em consideração que fazia uma semana daquele desastre horrível com o vôo da Air France, que ERA um Airbus A-330, das declarações da própria Airbus de que as companhias que tinham aquele modelo de avião tinham não sei quantos dias para trocarem umas peças importantes, de todo terrorismo psicológico que estavam fazendo em cima do acidente (uma bela falta de respeito com os parente e amigos das vítimas), tudo o que eu queria era saber que, naquele dia de cão, eu estava voando justo NAQUELE avião...
Nervosa? Eu? Pq??????? A rota era a mesma, o modelo do avião é o mesmo... tava calminha, calminha...
Resultado?
Passei o vôo inteiro tensa... só relaxava na hora de comer, mesmo que fosse aquela comida medonha de avião (mas eu bem que gosto).
Foi justamente na hora do jantar que eu comecei a conversar com a moça que estava ao meu lado e descobri que ela era extremamente simpática. Conversamos muito, depois ela dormiu um pouco e eu continuei assistindo filme (assisti 4 filmes nesse vôo), eu não consegui dormir nem por 5 minutos. Estava tensa, nervosa e acompanhava a rota do vôo pelo monitor dela que tinha dormido e deixado passando isso.
Foi um dos vôos mais longos que eu já peguei... não em horas efetivamente, mas juro que parecia não acabar nunca... eu vi anoitecer e depois amanhecer... enfim...
Quando chegamos em Lisboa eu realmente fiquei mais tranqüila... até me dar conta que eu ia brevemente passar pela imigração...
Me lembrei do raio do Schencoshenco...
Corra Lola, Corra! às 18:51
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