“Once upon a time”... Mais conhecido como “Era uma vez...”.
É assim que a maior parte das histórias que eu ouvia ou lia quando era criança começavam. Eu gostava muito de ler sobre quase tudo, mas aquelas histórias de contos de fadas sempre foram as minhas preferidas. Principalmente as que terminavam com “... e foram felizes para sempre!”.
Obviamente, quando eu era criança, jamais imaginei o quanto essas inocentes historinhas afetariam a minha vida adulta...
O tempo foi passando e eu continuei exercitando esse hábito de ler, mas de historinhas para crianças passei para os romances, para os “contos de fadas para adultos”.
Não muda muita coisa, na verdade. Os mais populares, principalmente entre as mulheres solteiras, são os que têm o mesmo enredo – a mocinha encontra o príncipe encantado e eles vivem felizes para sempre!
Lógico que conforme vamos crescendo e adquirindo alguma experiência de vida, os romances precisam ser mais complexos, ter mais personagens, mais mocinhos, vilões e uma trama cheia de intrigas, desencontros, desilusões, amigos, sexo, trabalho e muitos outros dramas que só quem “vira” adulto entende e que nenhum autor iria colocar em um livro infantil porque seria cruel demais acabar com magia do amor perfeito e verdadeiro de pobres meninas ingênuas (e com o consequente trabalho de psicólogos, psicanalistas e muitas vezes psiquiatras que as tratariam depois).
Porque, minhas caras, crescemos acreditando piamente que o amor verdadeiro existe e está por aí, esperando por nós para termos, como nos contos de fadas, o nosso “e viveram felizes para sempre!”.
Não estou dizendo que o amor verdadeiro não exista, que é impossível de achar, nem nada parecido. Essa introdução foi mais por conta das crenças que nos eram colocadas.
Eram?
Sim... Porque felizmente a geração atual tem mais conhecimento, mais liberdade e as mulheres, mesmo que muito longe da real igualdade com os homens, já crescem sabendo que elas podem ser seus próprios príncipes encantados e que há muito mais finais felizes que apenas os que terminam com as mocinhas encontrando o amor verdadeiro em algum homem perfeito.
Mas a minha geração... Essa foi assombrada por esse fantasma aí do final feliz. E hoje, aos 42 anos ainda me pergunto: Como raios ser solteira e encontrar meu amor verdadeiro?
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