Eu sei que tenho historinhas antigas que preciso terminar... coisas que eu comecei a contar e parei pela metade... Mas eu preciso contar essa historinha recém nascida!!!!
Semana passada eu comecei a não me sentir muito bem, com umas dores estranhas que estavam me incomodando muito.
Então, na terça feira, depois do trabalho, eu fui direto para um hospital na barra, para a emergência, tentar descobrir o que raios estava acontecendo comigo...
Cheguei lá por volta de umas nove da noite e só saí três da manhã... foi muito divertido, principalmente depois de estourarem uma veia do meu braço, o que eu só percebi depois que começou a jorrar sangue e sujar todo o meu terno preto (pelo menos), tomar um remédio pelo soro que fez efeito uns 15 minutos e alguns exames chatos e que só faziam doer ainda mais a minha pobre barriga...
Fui atendida por uma médica que devia ter a metade da minha idade, mas muito simpática, e me passou uma série de exames... isso eram 9 e pouco...
Fiz todos os exames e eles ficaram prontos super rápido... Por volta de uma da manhã um outro médico, também novinho, me chama na sala de espera.
- Oi, eu sou o Dr. Futura empada, tudo bem?
- Tudo! Vocês trocaram o plantão né?
- Como assim?
- Eu estava sendo atendida por uma médica, aí você me chamou, então eu achei que vocês tivessem trocado o plantão...
- Não, eu sou o cirurgião, a Dra. Novinha que tem idade para ser sua filha, pediu para que eu olhasse o resultado dos seus exames, porque pode ser cirúrgico.
-PELOAMORDEDEUSDOUTORNÃOMEASSUSTA!!!!
(acho que ele entendeu o que eu quis dizer, pois começou a rir)
Eu, que já não estava quase conseguindo andar por conta das dores, dando um passo a cada minuto, levando algumas horas para ir de lá para cá, quase comecei a chorar... as palavras: resultado – exame – cirurgia – não foram muito agradáveis de se ouvir depois de um dia de dores intensas...
Entramos na salinha e ele começou a me fazer as perguntas básicas de sempre.
- O que está acontecendo com você?
- Bem, doutor, eu estou sentindo muita dor desde domingo, mas achei que não fosse nada sério... vim aqui mais por desencargo de consciência mesmo.
- E como são essas dores?
- São umas dores agudas, sabe? Elas não ficam o tempo inteiro... elas aparecem do nada, como se fossem umas pontadas, mais ou menos por aqui na barriga.
- E dói quando?
- Ah... quase nunca – falei rindo – dói muito quando eu sento, ou então quando eu levanto, mas também dói quando eu ando, e quando eu pego peso, e se eu respirar fundo, dói também....
- Hum... e quando você tem relações sexuais dói também? Arde? Incomoda?
Nesse momento eu não me aguentei e juro por tudo, caí na gargalhada... Ele me olhou meio sem entender e eu respondi...
- Dr., de verdade? Relação só se for com o Espírito Santo e olhe lá... mas há séculos atrás, quando isso ainda existia na minha vida, não costumava doer não... mas já faz muito tempo...
Aí foi ele que caiu na gargalhada... Eu achei engraçado, mas esqueci de dizer que quando eu ria, doía também....
Então ele me explicou que a pergunta era para poder averiguar uma possível infecção urinária e tal, que costuma ter esses sintomas, entre outros, mas como o meu exame tinha voltado normal, ele teve que perguntar.
Ele me examinou, apertou minha barriga, puxou a minha perna, me empurrou e tal... e eu lá, reclamando de dor, mas fazendo cara de bonita – tipo modelo que sofre com dignidade e beleza?
Logo eu voltei p rotina dos exames e fiz a minha primeira tomografia... como eu tinha falado sobre a minha intimidade (ou falta dela) descartaram a hipótese de gravidez tubária e partiram para a apendicite mesmo...
Faltando dez minutos para as três da manha, ele me chama de novo na salinha e diz que os exames voltaram normais, mas que a dor poderia estar ligada ao início de uma apendicite e que poderia voltar a doer a qualquer momento, ou eu começar a ter febre, ou de repente eu morrer de dor e tal...
Então ele me deu o telefone celular dele e disse que caso eu sentisse alguma coisa era para eu ligar...
Ele não especificou exatamente sentir o que... eu poderia sentir saudades dele, sentir falta do bom humor em me perguntar como anda a minha vida sexual, ou de ser apertada, puxada e empurrada por ele, ou sentir vontade de ligar e contar como foi meu dia... sei lá... eu poderia sentir várias coisas.... mas achei que ele estivesse falando da dor, e que, talvez, não fosse muito legal ligar para ficar reclamando... mesmo que ele fosse médico cirurgião, e mesmo que estivesse doendo...
Peguei o receituário que ele anotou o telefone e guardei...
A boa notícia é que eu não podia tomar nenhum analgésico, tinha que prestar atenção na dor, para ver como e quanto ela doía...
O dia seguinte foi de repouso absoluto em casa... o que eu obedeci à risca...
De noite, do nada, comecei a ter febre... que foi evoluindo conforme o tempo passava e eu não tomava remédio, porque não podia...
Então comecei a pensar... ligo ou não ligo? Pode ser assim uma febrinha a toa, sem nenhuma gravidade...
Conversando com uma colega do trabalho, ela acabou me convencendo a ligar, dizendo delicadamente que eu poderia morrer, ter uma infecção generalizada, dores insuportáveis, ou simplesmente pegar o telefone e ouvir o que o médico tinha a dizer.
Ele, óbvio, disse que eu deveria ir para o hospital... o quanto antes, porque febre não era uma coisa muito legal...
Bem... já estava de noite, e eu não achei agradável passar a madrugada sentada naquelas cadeirinhas desconfortáveis, e resolvi que iria no dia seguinte quando eu acordasse... Pelo menos ele me disse que era para chegar na emergência pedindo para ser atendida por um cirurgião, para evitar a triagem e tal, o que já me pouparia um belo tempo.
Fiz exatamente isso e fui logo atendida pelo meu sobrinho neto, que era cirurgião também, e que me fez as mesmas perguntas e me pediu os mesmos exames da noite anterior...
Enquanto eu estava na sala de espera para fazer a terceira tomografia – já tinha feito a primeira, mas ia precisar de contraste oral – eis que o meu celular mega chique toca... um número que eu não me lembrava, mas sei lá... atendi... E não é que era o médico perguntando como eu estava me sentindo, onde eu estava, se eu já tinha ido ao hospital, quem estava me atendendo, e pedindo para eu ligar depois e dar notícias!!!???
Minha mãe na hora começou a rir e a dizer que o médico queria ser minha empada!!!!
Eu briguei com ela... mas depois eu parei para pensar e achei mesmo meio estranho a situação toda...
Acabou que depois de tudo eu nem liguei para dizer o que tinha acontecido... e agora também, já prescreveu!!!!!
Rsrsrsrsrsrsrs
Só eu para arrumar uma empada na emergência do hospital, morrendo de dor e sendo furada por milhões de agulhas que são responsáveis pelo meu look “viciada em drogas pesadas” atual...
TO DIZENDO QUE TUDO ACONTECE COMIGO!!!!!
1 Comentários:
haha, seu texto foi muito legal, e no final eu me identifiquei horrores com o look viciada. Tive uma suspeita de gravidez tubária e fiz uma sequências de exames de sangue.. nossa, pegava um resultado e já fazia outro, em um dia foram 3, me olhava e dizia.. " vão pensar que uso drogas " kkkk
E aí não vai ligar??
Beijos, Binha.
Por Binha, Às 7 de julho de 2008 às 20:32
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