Essa eu nem ia postar aqui, pois não tem nenhuma relação com empadas...

Mas até que eu gostei da moral da história!!!!!!

Beijos!

Eis que o meu coordenador está ausente do escritório desde ontem e, pelo visto, só volta amanhã... Tudo bem que o motivo é nobre.

Então, algumas poucas coisas de responsabilidade dele caíram sobre a minha pequena pessoa. Normal, todo mundo tem que se ajudar, e eu não posso me esquecer que a dengue me deixou afastada por 10 dias...

Enfim, ontem, no fim da tarde, eu recebo a feliz notícia que iria fazer uma audiência para ele... não souberam me explicar exatamente aonde ficava o tal lugar... o Juizado era de Bangu, mas o endereço era em Realengo... seis por meia dúzia né? Qualquer um dos dois era um luxo de local...

Fazer oq?

Cheguei em casa, irritadérrima ontem, pois além da notícia feliz de que deveria estar lá 10 horas da manhã, eu ainda por cima esqueci o rádio em casa ontem e fiquei incomunicável, inclusive com a minha mãe que me busca todos os dias em um certo posto de gasolina (juro que não tem nada a ver com a historinha do blog, e não marquei lá para tentar arrumar um namorado – mera coincidência mesmo), pq morar na roça tem dessas coisas...

Voltei de van... subi a ladeira a pé, jantei e fui direto para cama...

Enquanto redigia a historinha do dia da leitora eu comecei a pensar que independente de o Juizado ser lá nos cafundós do Judas, quem sabe o Juiz era um gatinho, quem sabe o advogado da outra parte resolve fazer um acordo interessante comigo, quem sabe eu não esbarro numa empadinha beeeeeeem apetitosa...

Acordei, me arrumei, coloquei meu terninho risca de giz azul marinho e prateado (sim... eu tenho um terno azul marinho e prateado) da Zara, sandália preta com strass, prendi o cabelo pq é raro eu sair com ele solto, só em ocasiões MUITO especiais, brincos e cordão combinando, minha bolsa preta de “Paris – Milano” – Esse lugar eu garanto que ninguém nunca foi... é o que dá comprar coisas genéricas – e fui...

Quem me conhece bem sabe que eu nunca saio de casa maquiada, sempre vou me maquiando no caminho, ou quando chego no escritório, ou em qualquer banheiro que tenha espelho, ou sem espelho mesmo pq vamos combinar que meu rosto é sempre o mesmo e eu sei exatamente oq fazer... Ou seja... não passei maquiagem...

Fui de táxi, cheguei em meia hora e fiquei fazendo uma horinha lá...

Comecei a achar estranho que no meio de um juizado não havia ninguém de terno, nem uma pessoa com cara de quem ia fazer audiência nem nada.

Achei estranho tb que as pessoas me olhavam como se eu fosse um ET...

Não sei bem se era o figurino ou se foi depois que eu resolvi tirar o rádio da bolsa para avisar no escritório que eu estava bem e voltava em seguida... Quem já viu meu celular nunca esquece... Com ele eu não me perco nem no Maracá lotado.... cheeeeeeeeeeeeeeeeio de strass..... todo colorido! UM LUXO...

Enfim, resolvi não passar maquiagem mesmo, só um gloss para não ficar com cara de morta, estava com medo de acharem que eu era alguma artista da Globo e me pedirem autógrafo... vai que eu perco a audiência no meio do bafafá...

Fizeram o pregão, chamaram a gente e na hora que eu estava entrando o advogado do autor virou para mim e disse:

Ah dra, se eu soubesse que era a Sra. a advogada da empresa, eu tinha esperado a sra. terminar de falar no telefone e a gente podia fechar um acordo....

Ou seja, ele olhou para a minha cara e achou que eu era advogada de fazer acordo, fácil, do tipo de dar dinheiro de mão beijada para empregado...

Pensei na minha mãe na hora... se ela ouvisse ele falando aquilo para mim, certamente ia cair na gargalhada... Ele não me conhece meeeeeeeeeesssssssssssmo! Capaz dela ainda virar para mim e dizer baixinho: Filha, não bate no moço não pq ele já é meio idoso, sabe?

Eu dei uma risadinha meio sem graça, sentei na mesa e na hora que a Juíza perguntou se tinha acordo eu comecei a falar e não parei nunca mais... ou seja... não tem acordo, e pelo visto, não tem dinheirinho fácil p ele tb... segunda que vem eu fico sabendo.

Moral da história... eu adoro me fazer de burra, é uma ótima solução para muitas situações, mas DETESTO que as pessoas olhem para mim e achem que só pq eu estou com unhas francesas, terno azul marinho com risca de giz prateada, celular de strass, eu SOU burra....

Mais moral da história ainda... fui lá, não era Juiz, era Juíza, o advogado do autor não me fez uma proposta de acordo interessante, não era gato, era velho, mas pelo menos, no final das contas, eu ganhei a ação.... que me sirva de consolo né?